Poluição-Ambientes Aquaticos
A água
é um dos factores mais importantes para a vida Humana, se não o mais
importante, para a sua sobrevivência. Sendo a água tão importante para
o homem, era de esperar que os oceanos e os mares fossem alvo de uma
atenção e protecção constante, para a sua preservação e manutenção de
pureza e vitalidade.
Este
é de facto o raciocínio mais lógico que se pode ter, mas, é totalmente
o oposto ao que acontece. Na realidade os oceanos são alvo de toda a
espécie de agressão, que põem em causa a sobrevivência de todos os
seres vivos, quer seja de uma forma directa ou indirecta.
As
principais formas de poluição dos oceanos enquadram-se dentro de dois
grandes grupos: a poluição química e a poluição orgânica.
Dentro
da poluição química destacam-se os derrames de crude, os resíduos
nucleares, a extracção de recursos do subsolo, as descargas de produtos
tóxicos industriais, a contaminação das águas através do uso excessivo
de fertilizantes e pesticidas e ainda uma infinidade de outras formas
menos abundantes, mas não menos perigosas.
Por
outro lado a poluição orgânica dos oceanos faz-se sentir essencialmente
pelos esgotos fluviais, escoamento das águas urbanas e destruição de
bactérias que decompõem os detritos orgânicos.
Com
um panorama tão negro a nível mundial poder-se-á pensar que o homem
nunca teve em conta a questão ambiental e que sempre colocou a sua
ambição desmedida acima da sua sobrevivência e da sobrevivência das
gerações futuras. Mas nem sempre foi assim. Não é por acaso que o
despertar da poluição em grande escala teve início durante o processo
de industrialização e explosão demográfica que deu origem aos grandes
aglomerados urbanos (cidades), que provocam imensa poluição. Por
conseguinte, o aumento dos níveis de poluição mundial teve como
consequência a degradação do planeta que habitamos e das suas
infra-estruturas.
Tendo
o planeta em geral e os oceanos, em particular, (porque é este o
destino final de todos os detritos) atingido os limites suportáveis de
poluição, têm sido feitas inúmeras campanhas de sensibilização e
tomadas medidas internacionais para proteger os oceanos e toda a sua
riqueza.
Todas
estas medidas são indispensáveis, mas não são ainda suficientes para
que os oceanos recuperem das agressões sofridas ao longo das últimas
décadas.
E
para recuperar destas agressões é necessário cessar todo o tipo de
poluição, de que os oceanos são alvo, para que a natureza se encarregue
de fazer aquilo que tão bem faz e que é transformar e incorporar no seu
ciclo todos os produtos até agora despejados no seu seio. Mas todo este
processo é demorado e muito lento, pelo que é necessário uma ajuda da
mão humana.
E
porque não colocar toda a capacidade humana e todos os seus avanços
tecnológicos até agora conseguidos ao serviço do ambiente e ajudar a
mãe natureza a sarar as suas feridas. É uma causa que merece um total
apoio, não só financeiro mas também comunitário.
É
preciso tomar consciência que uma recuperação dos oceanos, não pode
significar um regresso à estaca zero, poluindo e despejando tudo o que
nos é prescindível nos oceanos.
Gostaria
ainda de salientar que a sobrevivência da espécie humana e de inúmeras
espécies vivas a médio e longo prazo, passa por uma política de
racionalização e protecção dos recursos ambientais.
Os
oceanos e os mares, representando 97% da água da Terra, tem um papel
fundamental no ciclo hidrológico, actuam como reguladores da
temperatura do globo e são uma fonte muito diversificada de recursos
(piscícolas, minerais e energéticos). Mas estes recursos estão em risco
e a principal razão é o facto de o Homem tratar os oceanos como um
imenso esgoto, capaz de absorver indefinidamente toda a espécie de
resíduos e utilizar os recursos marinhos como estes fossem inesgotáveis.
Recursos dos Oceanos
Combustíveis fósseis
Aproximadamente
20% do abastecimento mundial de petróleo provém do leito oceânico. As
reservas estão a diminuir e podem esgotar-se completamente dentro de 50
anos. Para dar resposta à procura ininterrupta terão, sem dúvida, de
ser exploradas as reservas das águas mais profundas.
Nódulos de Manganês
No
leito oceânico encontram-se biliões de toneladas de nódulos de manganês
- pequenas protuberâncias em forma de batata, ricas em metais valiosos.
Esses nódulos foram descobertos na década de 1870 mas só em 1950 os
cientistas se interessaram em proceder à sua extracção com fins
comerciais.
Extracção de Sal
Cerca
de 6 milhões de toneladas de sal são extraídas do mar todos os anos. Em
países quentes, tais como os da Ásia, todos os que rodeiam o
Mediterrâneo, e também em Portugal, a água do mar é canalizada para
recipientes pouco profundos junto à costa. O calor do Sol evapora a
água e deixa o sal depositado no fundo.
Energia Solar
A
energia solar é armazenada na atmosfera terrestre e nos oceanos.
Alimenta ventos, ondas e correntes, potenciais fontes de energia
renovável e não poluente. Cerca de 3/4 da energia solar que chega à
Terra é absorvida pelos oceanos.
Biológicos
Incluem
os bancos de pesca naturais e a cultura em cativeiro de espécies
marítimas, tais como o robalo, a dourada ou o salmão. Os cientistas
procuram descobrir novas fontes alimentares que possam ser exploradas
no futuro, tais como as algas marinhas, o krill e os peixes de grande
profundidade.
O
Homem explora já muitos dos recursos existentes nos oceanos. Alguns
destes recursos são renováveis, isto é, podem ser substituídos,
enquanto outros são finitos, como os combustíveis fosseis.
O peixe, por exemplo, tem sido uma importante fonte de alimento durante milhares de anos.
Mas
só continuaremos a dispor de peixe em quantidade suficiente no futuro
se as reservas forem adequadamente geridas e se proibir a sua captura
excessiva.
Para
salvaguarda da utilização futura dos oceanos, temos de salvaguardar o
futuro dos próprios oceanos. O futuro depende da nossa capacidade de
mantermos os oceanos limpos e de boa saúde.