Ecossistema aquatico-Amazônia
A área de drenagem do Rio Amazonas, somada a do Rio Tocantins, totaliza
mais de 6,8 milhões de Km², caracterizando-se como a maior do mundo.
Para se ter idéia da sua dimensão, ela corresponde a cerca de 1/3 da área
total da América do Sul. A descarga amazônica representa 20% de toda a água
doce que alimenta os oceanos do planeta por todos os rios.
A dimensão da Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas e a sua grande heterogeneidade
ambiental são razões de fundamental importância para a manutenção de sua alta
diversidade. O número de espécies de peixes encontradas na Bacia do Rio Amazonas,
segundo estimativa de Roberts (1972) supera 1.300, quantidade superior à encontrada
nas demais bacias do mundo.
Ambientes como as corredeiras e os pequenos igarapés dos Escudos Cristalinos
das Guianas ou do Brasil; o canal principal dos rios e os diferentes tipos
de áreas alagadas pelas cheias dos rios; florestas e savanas periodicamente
alagadas pela chuva; e, áreas costeiras alagadas pelas marés, abrigam não
somente espécies endêmicas, mas também sustentam grande biomassa de peixes,
exploradas pela pesca artesanal ou de subsistência.
Não há informações seguras sobre ameaças, desaparecimento ou extinção de
espécies de peixes na Amazônia Brasileira. Porém é constatado a diminuição,
ou mesmo o desaparecimento local de algumas espécies, devido à pesca intensa
ou a alguma alteração ambiental, como desmatamento da floresta marginal, mineração
no canal do rio ou represamento.
O quadro, a seguir, apresenta as biotas aquáticas e seus correspondentes
níveis de importância para a conservação da Biodiversidade Aquática da Floresta
Amazônica. Observa-se que a indicação de extrema ou a de muito alta importância
biológica baseou-se na ocorrência de fenômenos biológicos especiais, tais
como: a presença de peixes anuais e/ou cavernículas; e, a elevada diversidade
filética e de endemismo.
Identificam-se como ações prioritárias para a conservação e a utilização
sustentável da diversidade biológica do sistema aquático da Amazônia Brasileira
a realização de estudos sobre a taxonomia, biogeografia, biologia e ecologia
das espécies endêmicas a determinadas regiões e das espécies migradoras, e
a identificação de ações para proteger e manejar os seguintes ambientes: áreas
alagadas da Planície Amazônica (várzeas e igapós); áreas alagadas, corredeiras
e cabeceiras do Escudo das Guianas (rio Negro, Trombetas, Jarí, Araguari e
outros); áreas alagadas, corredeiras e cabeceiras do Escudo do Brasil (rio
Tocantins, Xingu, Tapajós e afluentes do rio Madeira); e, encostas dos Andes
(rio Amazonas, Madeira, Purus, Juruá e Japurá).
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